Hoje , talvez pela chuva ,
amanheci com uma saudade enorme de mim mesma.
Saudade da criança que fui, lá pelas bandas de Itacambira.
Saudade daquele gosto estranho de infância,
de pensar que o mundo era aquilo tudo,
aquilo tudo enorme na minha frente:
Aquela serra enorme, aquela igreja enorme,
aquele frio, que só hoje o sei: era quente...
Hoje, talvez pela chuva, eu não seja mais a mesma,
como já não sou mais aquela criança que fui.
Roubaram-me uns sonhos, uns trocados,
umas almas, uns passados.
Hoje, talvez pela chuva,
eu não saiba pular corda sem tropeçar em minha idade.
Talvez não saiba jogar maiê marcando o asfalto.
Hoje, talvez pela chuva,
eu me descubra outra:
Encharcada pela falta de chuvas que a vida me deu....
O que há de palpável em minha emoção? Sei dos versos que me torna humana. Sei das dores que me faz insana. Nada além... Meu sentimento jorra poesia que grita pra sobreviver Nesse parto sombrio que é a alma contra a calma a arma contra o carma o lúdico no cio. E quem me garante que o que escrevo seja arte? Talvez seja parte de uma farsa, Uma falsa modéstia Uma insana moléstia que me faz sentir gente. Demente. Mas, não menos gente.
domingo, agosto 23, 2009
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2 comentários:
Amiga lendo esse poema, me bateu uma saudade da minha infância tb onde se podia se livre como um passarinho...ai que saudade...adorei acho que temos muito encomum sabe a minha infância tb foi maravilhosa e deixou saudades sim bjs...
Oi Li, descobri hoje o seu blog com nossa colega Edna.Vc sabe que sou sua fã.Amei o seu poema.
BJS
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