domingo, setembro 17, 2006

O tempo

Essa semana me será muitíssimo sofrível: Far-se-ão cinco anos que meu pai daqui se foi, na chegada da primavera, naquele sábado lindo de sol e saudade.. E parece que essa semana será de provas e constatações. Constatação de que a distância que o tempo causa, parece ser maior que a própria distância física. E que essa do tempo talvez seja a que mais doa. E saber-me, e sentir-me ainda viva depois de tanto tempo sem ele por essas paragens tem um quê de traição (ou qualquer outro nome que ainda não identifiquei devidamente.) Porque eu jurava que a vida não seria igual sem ele. E não é. Sem os olhos azuis do meu pai e sem aquela ternura toda na minha vida eu me entendi mesmo órfã, mesmo marmanja que sou.
No Michaelis, órfão vem do grego orphanós: aquele que perdeu os pais, ou um deles. Privado. Vazio.Quem perdeu um protetor ou que ele era muito querido.
Explicadum est! Meu pai me é desde e para sempre muito querido, porque sou parte dele, e em mim há um pouco ou um muito dele.
Mas, o mais lancinante disso tudo é olhar nos olhos de Biel e enxergar a doçura que via no meu pai. Não.Eles não se acharam.Um foi cedo demais ou o outro chegou atrasado demais. (Ou os dois?) Desencontros à parte, vejo os dois nos olhos de um. E há algo em Biel que só meu pai teria ensinado. E isso vai estar pungente essa semana, a todo instante que eu olhar pro meu filho.
E Biel perguntará:
"_ Pu que voxê tá cholanu, mamãe?"
E eu direi o que mesmo????

Um comentário:

Anônimo disse...

"nós morremos enquanto Tu permaneces"!quer definiçao melhor para a ausencia de quem tanta saudade nos causa? " a lembrança que nos entristece - em casa,no campo,na rua - foi algo que sem querer vós nos destes, enquanto a eternidade é só tua!"

Descoberta!!

Hello, all! Descobri, quase sem querer (Que é como se descobrem todas as melhores coisas do mundo), a versão masculina de Grace and Franki...