domingo, maio 31, 2009

Mulher Banana!

Minha viagem a Belo Horizonte me tirou dúvidas, me rendeu certezas e muita vontade de viver!! Acho que foi o medo/pavor de morrer.(Assunto morto e enterrado!)
Comprei 03 livros. Um deles já namorava há tempos via net: ANTICÂNCER - Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do francês David Servan-Schreiber (Foi tema do Globo Repórter da sexta última). O outro era o Em outras palavras - Crônicas, da minha adorável Lya Luft. E, como novidade, o Doidas e Santas, da Martha Medeiros. Havia lido um texto dela na net muito tempo atrás. E aquele jeito de escrever com tanta intimidade ficou retido na minha mente, e eis que me deparo com esse livro. é uma coletânea de Crônicas publicadas ao longo de anos no Jornal Zero Hora e O Globo.
Pra não ficar com muita balela vou transcrever uma que li, reli, ri e "rerri" muito...risos...

PS. Qualquer semelhança com essa que vos escreve é mera semelhança mesmo, certinho?

Ei-la,pois!

A mulher banana

A esta altura do campeonato, você já deve saber quem é a Mulher Melancia e a Mulher Jaca. São duas dançarinas de funk que ganharam notoriedade por possuírem quadris avantajados ( respectivamente, 121 centímentros uma, 101 centímetros a outra). Essa é toda a história, com começo, meio e fim.
Tem também a Mulher Rodízio, forma bem-humorada com que a Preta Gil se autobatizou, justificando que ela tem carne pra todo mundo.
Pois vou apresentar pra vocês a grande novidade desse mercado tão nutritivo: a Mulher Banana.
A Mulher Banana, se tivesse um quadril de 120 cm, correria três horas por dia numa esteira. Se isso não adiantasse, correria para uma mesa de cirurgia a fim de lipoaspirar uns cinco bifes de cada lado, pois ela acha que ter um bundão desmesurado é uma coisa meio vulgar. Faria isso por vaidade, pois acredita que, na prática, não faz a menor diferença para os homens se a mulher tem 90 centímetros ou 120 centímetros. Eu avisei que ela é banana.
Essa questão da vulgaridade quase a deixa doente. Ela não se conforma que essa bobajada ganhe tanto espaço na imprensa, incentivando um monte de menininhas a também rebolarem no pátio da escola. Ela morre de vergonha ao ver a mãe da Mulher Melancia dizer para um repórter que sente muito orgulho de ter uma filha vitoriosa. Ela se pergunta: pelamordedeus, não existe ninguém pra avisar essa gente que ter bunda não é um talento? A Mulher Banana é totalmente sem noção,coitada.
A Mulher Banana não se dá conta de que há pouco assunto para muito espaço na mídia. Não há novidade que chegue para preencher tanto conteúdo de internet, tanta matéria de revista, tanto rograma de tevê, e é por isso que qualquer bizarrice vira notícia. Sem falar que, hoje em dia, tudo é cultura de massa, tudo é pop, tudo é passível de análise para criarmos uma identidade nacional. Não, não, não pode ser!! Pode, Mulher Banana.
A Mulher Banana, como o próprio nome diz, é ingênua, inocente, tolinha. Ela acredita que o discernimento nasceu para todos e que ser elegante vale mais do que ser ordinária. É boba, mesmo. Não no mercado das mulheres hortifrutigranjeiras, minha cara. Aliás, o mercado ao qual você também pertence. Banana.
A Mulher Banana ainda se choca com certas imagens, com certas fotos. Não que ela desacredite no que está bem diante do seu nariz (já sondei e não tem parentesco algum com a velhinha de Taubaté). ela vê, ela sabe, ela está bem informada. Só que não consegue tirar isso pra piada, não leva na boa, não passa batido: ela é tão banana que se importa!!
Aviso desde já que a Mulher Banana não tem empresário, não posa para sites eróticos, não dá entrevistas e muito menos aceita sair de dentro de um bolo gigante usando apenas um tapa-sexo. Ela é banana. Vai morrer sem dinheiro, só e rica em potássio. E não pense que é movida à inveja. Se fosse, invejaria a bundinha da gisele Bündchen, que também andou à mostra por esses dias e tem um tamanho bem razoável.
A Mulher Banana, tadinha, ainda sonha com a valorização de um padrão estético razoável e de um comportamento social menos nanico. Não pode ser brasileira! Mas é, conheço-a como a mim mesma.


Martha Medeiros - 20 de Abril de 2008

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