Estamos de beija-flor novo. Lindinho ele. Acostumou-se rapidinho à nova vidinha de água com açúcar fácil e farta. No entanto, juntamente com a felicidade do "ter pra si", veio o egoísmo do "só pra si". Não há pássaro no mundo que possa ousar vir no potinho da água com açúcar, que o glutão do beija-flor vira bicho! Imaginem vocês que ele fica plantado no fio do poste mais próximo lá na rua, vigiando quem ousa vir até "sua" água. E coitados dos antigos inquilinos, um casalzinho simpatissíssimo de assanhaços, que desde sempre vêm aqui. Agora, quando ousam chegar, é uma briga insana. O beija-flor egoísta voa desesperadamente ao redor do "seu" potinho, e , acintosamente, os expulsa. Não sei eu se tenho moral pra condenar o beija-flor egoísta e seu ato demente. Talvez eu não saiba que o que faz esse bichinho tão lindinho agir assim seja um passado triste, sem pólen, sem água, sem vida. Talvez ele seja um órfão da natureza, e que, pela primeira vez, tem algo pra si, e que, o medo da perda, o faça assim agir. Talvez. Tudo será talvez na minha mente, pra sempre. Pois, ainda não consegui entender o mundo dos beija-flores...
O que há de palpável em minha emoção? Sei dos versos que me torna humana. Sei das dores que me faz insana. Nada além... Meu sentimento jorra poesia que grita pra sobreviver Nesse parto sombrio que é a alma contra a calma a arma contra o carma o lúdico no cio. E quem me garante que o que escrevo seja arte? Talvez seja parte de uma farsa, Uma falsa modéstia Uma insana moléstia que me faz sentir gente. Demente. Mas, não menos gente.
domingo, dezembro 02, 2007
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2 comentários:
Li.....que tal você colocar outro potinho para os outros pássaros?
Daí acaba essa insanidade pelo fato de só existir um...(me entendeu? )
Beijos
Eu achei que isso era imaginação do meu marido quando ele me contou, por isso, decidi verificar na internet. Isso é muito engraçado! Aqui acontece a mesma coisa: um beija-flor egoísta nao deixa os outros beberem da sua água. A solução foi como a colega comentou a pouco: outra aguinha para os outros pássaros. Fico indignada com o egoísmo do primeiro beija-flor.
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