Bom dia, povo!!!
Bem, como hoje estou um tanto quanto atarantada com as miudezas do lar, busquei lá no passado um continho sobre as cotidianidades nossas de todo dia.
Qualquer reclamação: Procure seu dentista!
No dentista
Deitado desconfortavelmente naquela cadeira horrivelmente estranha, ele tenta se esvair da sensação de guilhotina que irrompe cérebro adentro, enquanto aquele motorzinho estúpido resolve aniquilar-lhe a paz bucal.
Entre motor e outro, o dentista proclama:
_ Se doer, você levanta a mão esquerda, viu? Não precisa ficar com vergonha.
Paciente já impaciente com aquele comentário, no mínimo tosco, não conseguia nem lembrar-se de qual seria sua mão esquerda. ficou ali levantando as duas mãos.
Dentista, estranhando:
_ Ué! Já? Eu nem comecei o tratamento! Está sentindo algo?
Paciente, irado, doido pra cuspir tudo fora e responder a tempo:
_Humpf!
Dentista, sorrindo:
_ Ah! É assim mesmo! A tensão gera dor, que gera medo, que gera...
Paciente:
_Ã-hã!
Dentista, cantarolando, segue sua incursão boca adentro. Cutuca aqui, ali, explica, pergunta, responde, sorri. Paciente sorri, involuntariamente, pois, de boca escancarada, aquilo mais se parece é com um sorriso.
No clímax da sessão, segue-se o que chamariam os mais zelosos de diálogo-a-um:
_Posso continuar aqui?
_U-uh!
_Vou colocar mais força no cantinho, pra aniquilar essas plaquinhas, viu?
_Aah...
_Dói?
_Ohhh....
_E agora, dói?
_Hhhhh.....
_Já estamos acabando, viu? Pode sorrir que já estamos quase lá!
_Uhuhuh.....
_Ops!!! Pronto!! Terminanos! Você está livre!....(Sorriso discreto no canto direito da boca e pensando: Não antes de me pagar!)
Paciente levanta-se bruscamente da cadeira maldita, e quase sem força, implora:
_ Doutor, na próxima consulta, vê se não canta aquela música idiota??????
O que há de palpável em minha emoção? Sei dos versos que me torna humana. Sei das dores que me faz insana. Nada além... Meu sentimento jorra poesia que grita pra sobreviver Nesse parto sombrio que é a alma contra a calma a arma contra o carma o lúdico no cio. E quem me garante que o que escrevo seja arte? Talvez seja parte de uma farsa, Uma falsa modéstia Uma insana moléstia que me faz sentir gente. Demente. Mas, não menos gente.
sábado, dezembro 01, 2007
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