Eu não quero o texto foda.
Deixo-o pros caras fodas que têm coisas fodas pra contar.
Meu texto deve ser simples e pacato,
como uma cidade de uma rua só,
que conhece cada passo de seus habitantes.
Assim quero meu texto: ameno, suscinto.
Que não declare guerras, nem compre brigas.
Que seja um texto despretencioso,
mas que desarme as rugas de preocupação
ou tristeza daquele que o lê, assim, sutilmente,
e que consiga esboçar um sorriso que seja,
pra acalmar a alma cansada das torturas diárias de notícias ruins.
Cara, na verdade, acho que seria foda um texto assim...
O que há de palpável em minha emoção? Sei dos versos que me torna humana. Sei das dores que me faz insana. Nada além... Meu sentimento jorra poesia que grita pra sobreviver Nesse parto sombrio que é a alma contra a calma a arma contra o carma o lúdico no cio. E quem me garante que o que escrevo seja arte? Talvez seja parte de uma farsa, Uma falsa modéstia Uma insana moléstia que me faz sentir gente. Demente. Mas, não menos gente.
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Um comentário:
Esse texto me lembrou exatamente uma fala de clarice lispector, em uma entrevista que deu a TV cultura, ela diz: "é que no fundo, escrevo de forma simples".
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