Sexta-feira estressante. Fila do banco interminável. Mas, enfim, o dia acaba. Que sorte! Havia marcado com sua médica às 17:30. Conseguiu sair do banco às 17:55. Mas, não desistira de ser atendida. Seguira correndo pelas ruas centrais, onde o resto do mundo também parecia correr (sim! Porque o mundo inteiro tem pressa num final de tarde de uma sexta qualquer).
Chegara, enfim, ao edifício onde se localizava o consultório. Fazia uns anos que ela lã não ia.... Mais precisamente, três anos, quando sua caçula nasceu. Não lembrava exatamente o número da sala, mas o insconsciente informava: Era a última sala do último andar!. Isso bastava. Elevador lotado, foi a última a entrar. Ao conseguir localizar o número do último andar, aperta-o, para espanto dos demais. Sentira olhares curiosos e perguntativos sobre ela. Caramba!! Será que estava com a boca suja na correria depois do lanche?? Vai saber!! Não teve coragem de olhar no espelho do elevador. Não àquela altura do campeonato... Continuemos: Entre paradas para descidas e subidas, chega-se ao 11º andar. Ali, os que ainda se encontravam no elevador, descem. E entra uma senhora. Ao ver que o elevador segue para o andar superior àquele, atiça também um olhar curioso. Hunf!!! Até que, ei-lo!! 12º andar! A porta do elevador se abre, e entre alívio e espanto, ela se dá conta de que chegara à parte inabitável do prédio: tudo escuro. Volta correndo pro elevador, num misto de susto, medo e sem graceza. E ainda escuta a pérola da senhora ao lado:
_ Menina! Que alívio te ver voltando.. A última vez que alguém foi aí foi pra cometer suicídio.. Já ia avisar ao pessoal da portaria lá embaixo da sua intenção!"
*** Pergunta que não quer calar: Morre-se nessa hora ou cala-se pra sempre? ***
O que há de palpável em minha emoção? Sei dos versos que me torna humana. Sei das dores que me faz insana. Nada além... Meu sentimento jorra poesia que grita pra sobreviver Nesse parto sombrio que é a alma contra a calma a arma contra o carma o lúdico no cio. E quem me garante que o que escrevo seja arte? Talvez seja parte de uma farsa, Uma falsa modéstia Uma insana moléstia que me faz sentir gente. Demente. Mas, não menos gente.
segunda-feira, julho 20, 2009
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