sábado, outubro 11, 2008

Em tempos de Montes Claros...

O grande líder

Era uma vez uma cidade, numa região pobre e esquecida de um país grande e promissor.
O povo dessa cidade, desiludido por tanto sofrimento acalentava a esperança que dias melhores viriam.
Essa esperança se avolumou com o aparecimento na cidade de um jovem de oratória vibrante, cuja eloqüência contaminava de forma espantosa a todos que o ouviam.
Tornou-se político, e o povo depositou nele toda a confiança para que solucionasse as carências que tanto urgiam por soluções.
Começou como vereador, e através da palavra, seu ponto forte, virou prefeito.
Procurava atender a todos. Ruas sem calçamento? Providenciou pedras aos montes para calçá-las. Atendia assim a todos: Ao povo e a si mesmo, como fornecedor das pedras.
Se o cidadão não tinha um lar, que se fizesse o lar. Lotes privados poderiam ser usados para isso, bastaria que se estimulasse o povo para que os invadissem, e assim fora feito.
Mas, e a casa? Bem, não se pode fazer tudo, e o prefeito, na sua generosidade doava lonas para que as pessoas se cobrissem como podiam.
Mais uma vez atendia a todos, pois a lona não era eterna e o cidadão dependia de votar no grande líder para ganhar mais lona, e ele dependia dos votos para eternizar-se como grande líder.
Era um grande obreiro, obrar era com ele. Tudo bem que um viaduto não permitia a passagem de automóveis, isolando o bairro, mas e daí?
Um outro até permitia, desde que o veículo fosse baixinho. E um ginásio poliesportivo então, pomposo, imenso, está certo que sem utilidade, mas inegavelmente um grande negócio.
Com o passar do tempo o povo, ingrato, acabou substituindo o grande líder por outros, que até que faziam as coisas certas, mas não eram bonzinhos como ele.
O grande líder ficou preocupado. Fazia muitos anos que já não servia à sua gente, e nem dela mais se servia.
Os Athos dos que o sucederam tornara seu povo menos dependente dele, pois a cidade passou a desfrutar de um progresso que outrora não se vira. Isso era inadmissível. O que fazer? Eureka! Precisava mudar o discurso, quem antes fora seu desafeto por onerar seu protegido povo com taxas criadas de forma estranha, tornaria-se pois seu fiel companheiro. Tudo pelo povo. Precisava mudar tudo, até as leis.
Fiscais de trânsito tiveram a ousadia de multar um veículo seu só porque estava estacionado sobre o passeio de sua residência, impedindo assim a passagem dos pedestres. Mas, com uma rua no meio, para que andar nos passeios? Injustiça! Precisava acabar com aqueles guardinhas, e permitir que as pessoas fizessem o que quisessem com os seus veículos.
Democracia é isso, o direito de ir e vir, nem que seja passando por cima dos outros ou da lei, avançando semáforos ou atropelando. Esse era o seu código.
Tinha solução para tudo. Metrô de superfície, meio passe, só não fizera na sua época porque não se pode fazer tudo ao mesmo tempo, convenhamos.
Para voltar a comandar o seu povo, porém, teria que combater com todas as suas forças a mentira que espalharam pela sua querida terra. Falaram que ele era demagogo, que tinha a ficha suja na justiça, que rouba mas faz. Quanta inveja...
E o pior era o fato de atribuírem ao seu maior adversário qualidades como transparência, ética, honestidade e zelo para com o patrimônio público.
Mas o grande líder também preocupava-se com o patrimônio público, tanto que guardou para si, quando prefeito, parte dele, para poder cuidar melhor...
Está certo que as qualidades do seu adversário ele não tinha, mas não se pode ter tudo, não é mesmo?
O grande líder sentia-se injustiçado. Thiago, que ingrato...
Mas essa luta só enfrenta quem aguenta!
Pelo menos ainda tinha a seguí-lo parte do seu povo querido, mas agora somente aqueles que sentiam saudade daquela velha lona preta, esticada em algum local sem infra-estrutura e aonde só se podia chegar passando sob um viaduto por onde não passa carro, mas, dependendo do trajeto poderia o visitante contemplar um imenso elefante branco incrustado na paisagem...

4 comentários:

Unknown disse...

veja bem.......................não vivo em montes claros (nem escuros) e por isso não apito em assuntos políticos............mas tenho a dizer que assistencialismo é um câncer, e que o povo brasileiro é canalha, pois aceita e convive com o assistencialismo como algo normal, "éticamente aceitável", e lutar contra isso é algo utópico, porém é uma luta digna dos grandes homens...........................com relação à lona preta, se derem uma lona preta pra mim e minha Janis, voto nesse fdp (canalha!!!!!!!!!!!!!!).........rsrs.............brincadeira..............revolução irmãos, vamos acabar com a canalhice...................vamos quebrar a "bunda" desses hipócritas! (pode falar bunda no seu blog?)

Anônimo disse...

Que essas palavras sirvam de esclarecimentos. Acreditar que assistencialismo ajuda alguém, é conversinha para criança dormir.Espero que nossas "crianças" estejam bem acordadas para perceberem que nem tudo é conto de fadas, há coisas sérias envolvidas....

Anônimo disse...

Bom...estou meio perdido aqui, pois nunca mexi em um blog...rs
Mas gostaria de parabeniza-la por todas as mengsanes postadas aqui...as que tive acesso, levarei como lembrança e aprendizado...
Interessante, que a sensção que tenho é que cada mensagem postada tem um pedacinho de vc, e, dessa forma a gente pode saber que é essa grande pessoa atras dessas magnificas palavras....
Obrigado por dividir esse espaço com seu mais novo amigo....
Beijos carinhoso
Marco Aurelio

DeAngeliS disse...

Olá prima, recebi esse testo pelo meu email e vi a fonte do seu blog, parabéns pelo seu texto, explêndido! Hoje participei da carreata, se você foi, sei que ficou boquiaberta com tanta gente, não tem vez pra TADEU é 23 outra vez! rss... Beijos!

Descoberta!!

Hello, all! Descobri, quase sem querer (Que é como se descobrem todas as melhores coisas do mundo), a versão masculina de Grace and Franki...