"Nuvens de quimeras"

Queria muito que não fosse verdade,

o que a verdade me traz.

Queria muito fugir com passado

do passado fulgaz.

Queria poder me perder

entre meios,

entreter-me entre todos.

E assim,

perder-me de mim...

Queria

assim!

Meu Deus,

Coloco em tuas mãos meus tesouros, minhas alegrias, meus afetos e minhas tristezas.

Aceita, Pai, minhas vitórias, todas elas, minhas lutas diárias, meus anseios.

Toma pra si, Meu Deus, aqueles a quem tenho maior apreço neste mundo,

e cuida deles. Dê-lhes alento, e fica com eles, sempre.

Toma-os em tuas mãos e sêde consolo.

Toca no medo de quem tem medo, Senhor, e faz brotar a certeza de tua companhia.

Limpa e dê ar a quem não tem.

Meu Deus, cuida daqueles que amo por mim?

Amém...

Cecilia e o "foguete gelada"

Aqui em casa, é claro e notório que facas sejam bois. A gente se adequa rapidinho à significação que a criançada dá às coisas. Mas, tem hora que até os mais bem intencionados se assustam.

Ceci tomou a primeira taça de sorvete, e, desprendida dos bons modos que é, encheu a boca com a primeira colherada clássica. Boca dura pelo gelo, começou a chorar. Gabriel, irmãozinho atencioso, pedia:

_Sopra,mamãe! Sopra a boca dela...Ela queimou!!!

Passado o susto da primeira boca cheia, Cecilia pede mais:

_Mamãe! Dá mais "foguete"!

A mamãe aqui não assimilou nome à coisa:

_Dá mais o que, Ceci????

Ela, prontamente, e ávida por mais uma rodada de emoção:

_Foguete gelada,mamãe! Ceci quer mais foguete gelada!

E então, mais foguete aí? Tem de morango, amorrrrr em pedaços, abacaxi, doce de leite...

"Não basta ser mãe: Tem que fotografar!"

Conhece arlequim mais lindo que esse?

Claro que não!!

É a coisa mais linda do mundo...

Dançando então...Nem se fale!...risos...

Na dúvida...
sorria!!!

"Há um pedaço do céu

na risada de Ceci,

no olhar de Biel.

Há um quê de eterno

no futuro dos dois,

que assim,

me perco...

E me acho aqui..

Balbuciando palavras,

reinventando a caligrafia

do Mar de Céu onde me encontro..."

Faltava-me o ar.

Hoje, mesmo sem ar, vim.

Descobri, nesse tempo de clausura,

que nunca a perfeição nos chega.

Ela não é uma visita que se recebe:

É a visita que se faz,

sem mo saber!

Cansada do nada.

Hoje, mesmo sem nada, vim.